por Maíra Brito
Brasília
29 de agosto de 2012.
Minha mãe me conta algumas histórias sobre a minha avó. Uma das que mais me impressiona é sobre a vontade que ela sempre teve de aprender a tocar piano.
Sonhos nos acalentam e nos ajudam a imaginar que a felicidade existe em algo além de nós. São mapas cheios de atalhos e desvios, faíscam pra nos empurrar adiante. E nos impulsionam a subir nas pontas dos pés.
Minha avó era vaidosa. Muito vaidosa. E minha versão bailarina é exatamente assim. Aluna que gosta de meia calça, colant e tem sempre uma flor no cabelo. Dedicada, quer saber o que significa cada nome do ballet. E talvez um pouco racional demais, que em alguns chega a ficar paralisada diante de um passo que foge à compreensão imediata do corpo e só ganha sentido depois de 395 tortas repetições.
O entendimento talvez não me chegue a todos os músculos do corpo, mas a dificuldade fica fixada na minha imaginação. E de lá desperta diante de tantos outros bailarinos, que transformam toda a complicação em delicadeza.
Aprender ballet é ter a chance de aprender a admirar não o que você sabe, mas o que os outros te oferecem de belo. É ter a chance de ver pequenas perfeições nos detalhes - em todos os detalhes, de todas as histórias, todas as pessoas, todas as situações, todas as coisas.
Bailarina: Maíra Brito Fotógrafo: Marcio Braz Brasília, Catedral Rainha da Paz. |
Minha mãe me conta algumas histórias sobre a minha avó. Uma das que mais me impressiona é sobre a vontade que ela sempre teve de aprender a tocar piano.
Sonhos nos acalentam e nos ajudam a imaginar que a felicidade existe em algo além de nós. São mapas cheios de atalhos e desvios, faíscam pra nos empurrar adiante. E nos impulsionam a subir nas pontas dos pés.
Bailarina: Maíra Brito Fotógrafo: Marcio Braz Brasília, Catedral Rainha da Paz. |
Minha avó era vaidosa. Muito vaidosa. E minha versão bailarina é exatamente assim. Aluna que gosta de meia calça, colant e tem sempre uma flor no cabelo. Dedicada, quer saber o que significa cada nome do ballet. E talvez um pouco racional demais, que em alguns chega a ficar paralisada diante de um passo que foge à compreensão imediata do corpo e só ganha sentido depois de 395 tortas repetições.
Bailarina: Maíra Brito Fotógrafo: Marcio Braz Brasília, Parque da Cidade |
O entendimento talvez não me chegue a todos os músculos do corpo, mas a dificuldade fica fixada na minha imaginação. E de lá desperta diante de tantos outros bailarinos, que transformam toda a complicação em delicadeza.
Aprender ballet é ter a chance de aprender a admirar não o que você sabe, mas o que os outros te oferecem de belo. É ter a chance de ver pequenas perfeições nos detalhes - em todos os detalhes, de todas as histórias, todas as pessoas, todas as situações, todas as coisas.
para Dona Preta (1921-2012)
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Bailarinas do Cerrado, 2013.