Expressões


Dançando nos passos da vida
Por Joana Azevedo

Há 24 anos entrei para o mundo “mágico” do ballet...

Um caminho de desafios, que requer muito suor, estudo, dedicação, paciência, perseverança e superação. E também de inúmeras conquistas, alegrias, poesias, ritmos e sentimentos. Trabalhoso com certeza, mas percorrido com muita intensidade, vontade, prazer e, essencialmente, com os meus pais ao meu lado.

A dança é a minha crença, minha verdade, minha terapia. Uma liberdade do corpo e da mente. Uma prova de que é possível encarar a vida com mais sutileza e beleza. Um gesto de amor e coragem por fazer dela a minha profissão.

Ao longo desse tempo aderi a outros estilos de dança, vivi muitas experiências, me tornei bailarina profissional e me descobri professora.  

Como bailarina, me entrego de corpo e alma... Sem amarras, sem “poréns”. O palco é um amigo com quem sempre divido intimamente as emoções.

Como professora, sou brava e exigente, mas extremamente dedicada. A técnica do ballet é muito minuciosa e precisa ser bem trabalhada pra que se possa voar com liberdade, segurança e sentimento.  

Jojoca ou Joanovsky. De coque ou rabo de cavalo. Não importa. Porque existe sempre o carinhoso “Tia”. E como eu gosto desse carinho!

E é de cabelos soltos, serena e toda sorriso que demonstro também o meu carinho e retribuição.

É com prazer e emoção que participo desse projeto tão bonito e expressivo. Essas meninas, alunas queridas, são motivo de orgulho.  Algumas eu ensinei os primeiros passos. E agora, com muita dedicação e força nas coxinhas, são as Bailarinas do Cerrado. Estão dançando nos palcos e nas ruas, com muito ballet na vida e, principalmente, cheias de vida!

Existe um pouco de mim em cada movimento e expressão. Sou um pouco responsável (que bom) por esse amor todo ao ballet e por essa transformação em suas vidas... O que transforma a minha vida também!

E assim como em uma aula de ballet, finalizo com uma Reverência (ao som de Bach).

Família, amigos, alunos, professores, plateia...

Obrigada!

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Da vontade de eternizar o nosso ballet em fotos
Por Rafaela Céo

Costumo ser um pouco confusa sobre datas e não tão clara como gostaria sobre motivações. Sempre que me perguntam por que comecei a dançar ballet já meio velhinha, com 26 anos, se foi alguma frustração de infância, a superação de alguma proibição dos meus pais, me pergunto 50 vezes se não teria sido isso mesmo.

Não, definitivamente não foi. Essa história de fazer ballet surgiu de uma decisão de ano novo, sem mágoas, frustrações. Queria algo diferente para a minha vida. Não demorou para essa arte se tornar um encontro definitivo. Uma daquelas coisas que a gente se questiona por que demorou tanto tempo para descobrir. Afinal, foram 26 anos de uma vida sem esse sentido. A sorte e a felicidade é que sempre dá tempo para a gente incluir amor, beleza e entrega em nossas existências. Ufa!

Uma vez Maíra disse que o ballet é como uma religião, ou que fazia mais sentido do que qualquer religião (Lembra disso, Maíra?). Compreendi a grandeza do que o ballet representa para ela, o que traduzo, nas minhas convicções, em alegria para alma e para o corpo. Também gosto de pensar que o ballet é um estilo inteligente de vida, em que a gente busca a suavidade mesmo nos momentos mais difíceis, aqueles de maior dor.

Nas aulas da Jojoca, comecei a ver que essa devoção não era exclusividade minha. Percebi que éramos jovens “coroas” fãs número um de ballet. Dedicadas, estudiosas, interessadas, sabíamos que já não havia tempo para nos profissionalizar e sonhar com uma carreira pelos palcos do mundo. Mesmo assim, nada nos impedia de querer mais e mais ballet.

Foi aí, acredito - no meio da minha confusão de motivações - que surgiu a ideia do Bailarinas do Cerrado. Com inspiração em outros projetos de fotografia e dança, comecei a conversar com queridas amigas, não lembro exatamente o mês do ano, sobre tirarmos fotos de ballet pela cidade. Sim: nós seríamos as modelos, as bailarinas. Brasília seria o cenário.

Felizmente, a proposta foi acolhida com carinho e entusiasmo por todas elas. Fundamental foi mesmo a adesão de Jojoca ao projeto. Mesmo mega ocupada, a nossa querida “gurua” não hesitou em embarcar na brincadeira. Melhor ainda foi quando Pat nos apresentou o Braz e o Zanin. Só dois malucos, também apaixonados por sua arte, conseguiriam nos compreender.

Aí, desse nosso jeitinho cheio de sinceridade, acho que estamos conseguindo homenagear o ballet que tanto amamos, levando nossa arte para a cidade. Afirmando que ele é muito mais do que aula ou do que um privilégio para poucos. O ballet está por aqui, por aí, por todos os lados.

8 comentários:

  1. Finha,

    Amei o projeto. Fantástico! Também fui uma das que compreendeu a riqueza da dança, por meio da contemporânea, depois dos vinte e tantos anos.

    Muito bom mostrar essa beleza paras as pessoas.

    Vocês estão de parabéns!

    Beijo grande,

    Kitty

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  2. Kitty, Jubalina, que delícia encontrar recadinhos de vocês duas aqui! Muito, muito obrigada. Espero que a gente possa levar um pouquinho da felicidade do ballet a vocês! Bjo enorme!

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  3. Beleza. Arte. Paixão.
    Estou gostando muito deste blog.
    Mais que tudo destas imagens.
    Sucesso a todos vocês.

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  4. Querida Marcia, bom demais ver que o nosso amor pelo ballet alcança o coração das pessoas. Obrigada pelo carinho! beijo grande

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  5. Jojoca, Rafa
    Lindos depoimentos, lindas expressões, lindos sentimos.
    Que bom fazer parte disso tudo!
    beijossss

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  6. Adorei mesmo .
    Eu amo o ballet mais do q tudo mais so comecei a dancar aos 18 anos . Vcs mais de q ninguem mostrarsm q nunca e tarde pra nada na vida . Obrigado

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Bailarinas do Cerrado, 2013.